quarta-feira, 5 de outubro de 2011

GÊNERO E SAÚDE PÚBLICA

Camila Côgo 

Diante de teorias estudadas no módulo 2 unidade 1 da pós-graduação de Políticas Públicas de Gênero e Raça, foram compreendidos temas como  a relação entre corpo e o comportamento, demonstrando as ações que definem a masculinidade e a feminilidade na sociedade, a relação gênero e reprodução, sendo o natural da mulher, o que lhe atribuí diversos papéis, a diferença de gênero nas relações públicas, envolvendo mercado de trabalho, estudos e vida política,as diferenças de gênero na vida privada, pois mesmo as mulheres conquistando os espaços na vida pública ainda são as principais responsáveis para cuidar da casa, prevalecendo a desigualdade de gênero e a Interseccionalidade que as mulheres negras sofrem, gerada pela desigualdade de gênero e  racial.

Os sexos, além da cultura, influência na desigualdade de gênero, nas relações familiares na entidade privada e pública em que muitas situações são criados estereótipos sobre a sexualidade da mulher negra (Africanas), sendo reconhecidas como um corpo erótico e perigoso, conhecido como um transmissor de doenças, sendo caracterizadas como mulheres impuras, e as brancas são recatadas.

Sendo medidas de enfrentamento e prevenção o aumento de políticas públicas focalizadas, acesso a métodos de contracepção, em busca pela garantia de direitos das mulheres.

Diante do exposto é perceptível a fundamental importância de se discutir gênero e raça na saúde pública. Tendo também como outro foco a questão habitacional.

Os projetos habitacionais possuem critérios de seleção, sendo que devem ser incluídos preferencialmente além de crianças e adolescentes, idosos, as mulheres chefes de família, condizentes com o Plano Nacional de Políticas para as mulheres (apud GPP-GR, 2011, p. 4) em que relata que se deve “Avaliar o impacto sobre as vidas das mulheres em 100% dos projetos de habitação, saneamento e infra-estrutura do PAC”.  

Em relação à questão de saneamento básico  e Água potável, o município de Nova Venécia - ES tem demonstrado bom desempenho na execução do mesmo conforme os gráficos a seguir:
 
Fonte: Gráfico retirado do Trabalho de Conclusão de Curso de Camila Côgo.

Cerca de 42,39 % das famílias beneficiárias do projeto habitacional da Resolução 460 do município de Nova Venécia – ES, vivem com menos de 1 salário mínimo, conforme o gráfico abaixo:

Fonte: Gráfico retirado do Trabalho de Conclusão de Curso de Camila Côgo.

Embora a maioria dos requerentes de benéfico, o maior percentual de responsáveis pela casa sejam homens o equivalente à 71,65% dos  110 cadastros analisados, a mulheres responsáveis pela casa ocupa um grande percentual totalizando 39,35% do total de beneficiários conforme o gráfico abaixo:

Fonte: Gráfico retirado do Trabalho de Conclusão de Curso de Camila Côgo.

Muitas mulheres ao serem abandonadas por seus maridos que sustentavam a casa, se viram em situação de risco social, desempregadas, procuram emprego mais não conseguem, devido à falta de experiência, escolarização, o racismo e entre outros fatores.

Sem condições de sustentarem a sobrevivência de suas famílias, precisando serem reinseridas no mercado de trabalho. Em muitas situações vivem em moradias indignas, o que  caso preocupante de saúde pública. Mesmo com alguns avanços conquistados pelos movimentos feministas, a Assimetria de Gênero prevalece.

REFERÊNCIAS:

CÔGO, Camila. A Implantação da política de habitação no município  de Nova Venécia: caminhos e descaminhos. 2010, 115 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social). Faculdade Capixaba de Nova Venécia - UNIVEN, Nova Venécia, 2010.

Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça | GPP – GeR: módulo II / Orgs. Maria Luiza Heilborn, Leila Araújo, Andreia Barreto. – Rio de Janeiro : CEPESC; Brasília : Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2010.